Sobre o jornalismo e as tristezas

Natali Carvalho
2 min readMar 20, 2020

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Ato feito em Fortaleza. 20 de agosto de 2019. Foto: Natali Carvalho

Desde que entrei no curso de jornalismo, um dos meus hobbies escondidos é analisar cada colega a minha volta. E penso: esse sim, nasceu para o jornalismo. Outros, eu penso que não, não deveria ser esse o caminho que deveriam seguir. Não é para eles. E tem os que, querem forçar o jornalismo como capa e se agarram a ele como se fosse uma obrigação, e eu tenho a certeza que essa galera não deveria estar no curso. Pelo bem das outras pessoas.

Não analiso isso de forma prepotente, muito pelo contrário. Eu sou completamente apaixonada pelo jornalismo, não me imagino em nenhum outro lugar se não nesse. Claro que, na comunicação você é obrigado a assumir funções que não gosta ou não deveria ser a sua, mas isso é um processo. Sei disso, e sei da minha capacidade enquanto profissional.

Mas eu analiso isso porque eu prezo pelo jornalismo. Fazer jornalismo e me envolver com ele me proporciona uma preocupação absurda. Estou fazendo isso de maneira certa? Estou fazendo isso da forma que alguns consideram certa mas não é? Estou diminuindo incertezas e promovendo conhecimento e informação de maneira acessível e didática?

São cobranças que me dividem, independente de em que veículo de comunicação eu esteja. Entrei no jornalismo o amando em todas as suas formas. No entanto, eu não estava preparada para lidar com quem manda no jornalismo. É egoísta, é cruel, é inadmissível! Em meio a uma pandemia colegas me diziam estarem cansados e tristes pelo posicionamento de alguns veículos, e eu fiquei enraivecida com tamanha brutalidade com a vida do outro.

Sempre acreditei que o jornalismo não era simplesmente uma profissão que você escolhe, para mim, sempre foi como uma vocação. Um chamado que vem não se sabe de onde ou não se sabe por qual motivo, mas vem. Você quer mudar o mundo, conhecê-lo, apresentá-lo, discuti-lo. Alguns não amam o jornalismo a esse ponto de entrega, outros não deveriam estar nessa posição, pois desvirtuam a principal função da profissão: seu papel com a cidadania.

Aos jornalistas que se entregam à profissão, um abraço e força.

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