Dezenove de junho de dois mil e vinte dois

às 19:47

Natali Carvalho
1 min readJun 19, 2022

Gosto muito do barulho dos meus dedos pressionando o teclado, tem um quê de liberdade, talvez porque se torna possível expandir o que sinto, talvez porque posso gritar de forma silenciosa todas as palavras sem isso ferir ninguém.

Tenho andado patologicamente desconectada — um termo engraçado para falar como ando indisposta a permanecer ou estar e isso tem causado reações físicas no meu corpo.

Quando pego um Uber, se não conto o tempo que fico parada entre um sinal e outro, eu tenho vontade de simplesmente descer e sair por aí, torcendo para que o destino faça o seu trabalho com o que vier, e que nesse vir, eu deixe magicamente de me preocupar com o tempo entre os sinais.

Escrevo porque me pediram, mas costumo fugir da minha bagunça, ancorando-a num canto escondido do fundo de mim, torcendo para que se arrume magicamente, pois ando cansada demais.

Fiz algumas escolhas que ainda não sei se foram boas ou não, deixo a cargo, dessa vez, de um destino que sei que virá muito antes que aqueles do sinal — torço.

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